Craque se faz em casa!

Crocodiles mostra competência em desenvolver novos jogadores

Em todo o Brasil a principal forma de angariar jogadores de futebol americano é através dos chamados Tryouts, viagra 40mg ou seja, grandes “peneiras” que visam o descobrimento de futuros talentos. No Coritiba Crocodiles não é diferente, assim, a equipe realiza semestralmente este evento que na sua última edição teve mais de 300 inscritos.

O fato curioso que envolve o Crocodiles é a rapidez  com que os atletas “rookies”, ou novatos, se desenvolvem. Em muitos casos temos atletas com pouco tempo de time relacionados entre os titulares e em posições chave.

Procuramos os atletas Márcio Garrido, João Fellipe e Fernando Alves para tentar entender os fatores que impulsionaram o desenvolvimento técnico de cada um.

Márcio, camisa #60 do Crocodiles, com 1,93m e 153kg é o RT titular da equipe. Entrou na equipe no primeiro tryout realizado em 2011 e logo na final do Campeonato Paranaense figurava entre os titulares. “Na final do paranaense contra o Spiders fui o starter, na época jogava de Left Guard. Foi muito bacana, pois consegui exercer a função muito bem e até arranquei alguns elogios dos mais experientes do time. O fator família prevaleceu desde que entrei no time e hoje tenho amigos no Croco que sei que posso confiar. Além disso, foram eles que me ensinaram o esporte e por isso sou muito grato a todos, que desde que entrei não vi panelas nem nada! Sempre fomos um todo e graças a Deus tive apenas pequenas lesões e consegui me firmar no time”

#60 M. Garrido

Márcio manteve a boa forma durante o ano e foi movido de RG para RT. Sua regularidade o destacou na linha ofensiva do Crocodiles e  o camisa #60 disputou o Brasil Bowl entre os titulares.

“O Brasil Bowl foi um sonho realizado, pois jogar no Estádio Couto Pereira foi mágico. As 7 mil pessoas gritando o nome do time e empurrando a gente foi um marco na minha vida, quando subi do túnel e olhei toda aquela torcida foi inevitável lembrar do meu pai (já falecido) que durante toda a sua vida foi coxa branca e sempre me levou ao estádio. Eu nunca imaginei que com menos de um ano de futebol americano eu pudesse estar jogando imagine disputando uma final como titular.”

# 60 M. Garrido em ação no Brasil Bowl

João Fellipe, camisa #38 do Crocodiles, com 1,93m e 95kg é CB titular da defesa da equipe alviverde. Entrou na equipe no mesmo tryout que Márcio e desde então se destacou nos treinos e jogos realizados.

“Entrei no Coritiba Crocodiles em Janeiro de 2011.Não foi fácil. Em 2010 realizei um tryout para WR, porém não obtive sucesso. Não desanimei e treinei um tempo com o Curitiba Archers, pois vi que esta era uma chance que poderia me alavancar. Poderia treinar forte para que um dia pudesse fazer parte do time campeão. E foi o que ocorreu, em Janeiro de 2011, fui apresentado aos demais jogadores, e logo me dirigi para a defesa, para a posição de Cornerback.”

Com qualquer rookie J. Fellipe sentiu dificuldades, mas logo pôde evoluir. “No começo fiquei meio perdido. Contudo, tive ajuda de pessoas excepcionais, que me ajudaram em muito. Corrigiam-me quando estava fazendo algo de errado, me orientavam quando falta alguma coisa. Elogiavam-me quando conseguia fazer algo importante para a defesa.”

O começo para um novato é um misto de empolgação com receio de errar e prejudicar a equipe.

“Lembro-me até hoje meu primeiro passo dentro de campo. O jogo foi contra o Ponta Grossa Phantoms. Adrenalina a mil, entrei um pouco perdido, mas logo me encontrei no jogo e pude executar muito bem o que foi depreendido dos treinamentos.Durante o mesmo campeonato, fui aprimorando minha parte técnica, o que foi essencial para o meu crescimento dentro do time. Em alguns jogos eu era usado com muita freqüência. Em jogadas especiais, em marcações individuais.”

João destaca os fatores que acredita que sejam preponderantes para o sucesso do Crocodiles. “Sentia-me muito bem dentro do grupo. Estava muito contente em fazer parte de um time vencedor. Além da seriedade, da força e da garra, o grupo é composto também pela alegria, sinceridade e harmonia. O que faz o time Crocodiles campeão é a harmonia existente.”

O número #38 foi titular no Brasil Bowl II, atuou como nickel back. “No Brasil Bowl II , novamente ao dar o primeiro passo dentro do campo, me senti nervoso, impaciente, querendo dar ao máximo o que foi adquirido nos treinamentos. Mas com muita calma, que fora repassada pelos meus irmãos da defesa, consegui fazer um excelente Brasil Bowl, e me destacar entre os demais jogadores da defesa.”

Tackle do #38 J. Fellipe contra o Joinville Gladiators, em jogo válido pela LBFA 2011

Em 2012 João Fellipe vem se destacando pela regularidade e por ser um playmaker defensivo. “Começa-se o ano de 2012 com muito trabalho e muito treino. Com muita dedicação aos treinos, às reuniões, tornei-me o Cornerback número 1 do Coritiba Crocodiles, entretanto em tão pouco tempo.Para mim é uma experiência extraordinária. Saber que o time confia em mim. Saber que os atletas, meus colegas, meus amigos e meus irmãos de time confiam em mim dentro e fora de campo é algo fenomenal. Algo inexplicável. Espero continuar tendo este desempenho muito bom, tanto nos treinos quanto nos jogos para que junto como meu time, possamos ter mais um ano vitorioso, cheio de conquistas, seja dentro e fora de campo.”

Bons jogos marcaram a rápida ascensão do#38 J. Fellipe no Crocodiles

 Por fim, o último entrevistado é o OLB Fernando Alves. O número #51 que foi a grande surpresa do Crocodiles no Paraná Bowl IV. Com 1,77m e 100kg, Alves foi um dos linebackers do alviverde no confronto contra o Predadores.

Perguntado sobre como encarava os desafios que teve que superar em tão poucos meses, Fernando disse “…os desafios que foram colocados para nós, rookies, logo no início da temporada foram muito importantes! Futebol Americano é isso, é sentir a tensão de um jogo oficial. É entender, no cenário real, o quanto você depende dos seus companheiros e o quanto eles dependem de você. Você percebe que qualquer erro seu pode decidir uma partida e isso te assusta. E cada coisa que você conquista (viajar para jogar o primeiro jogo, o primeiro clássico, o primeiro tackle, o primeiro sack, o primeiro safety) te motiva e te renova. Enfrentar tudo isso, desde fazer um tryout contra outros 280 candidatos, até chegar no Paraná Bowl IV, foi uma experiência fantástica para mim.”

Resiliência é a palavra chave para qualquer novato em uma grande equipe.  “O começo foi bem difícil para mim. Eu tinha muito pouco conhecimento do esporte. Lembro quando participei dos treinos de ST pela primeira vez. Nós corremos em torno de 70, 80 jardas por umas 5 vezes seguidas e eu me perguntava quantas vezes mais eu aguentaria. Chegava em casa e capotava!”

Fatores que elevam os rookies ao sucesso são sempre os mesmos, humildade para ouvir os mais experientes e vontade de melhorar a cada treino. O talento pouco serve se ele não puder ser lapidado.  “Acho que muito do meu aprendizado aconteceu pela qualidade, experiência e a ajuda dos jogadores do Croco. Estar ao lado de jogadores de tanta qualidade, alguns da seleção brasileira, também era algo que me motivava muito. E escutar o que eles tinham a dizer. Sentar na sideline nos treinos e prestar atenção em que jogada o Braza (#52 Brasil) chamava, e o que o Luvas (#43) e o Alfredo (#55 Guadamuz) faziam em cada jogada, e tentar entender porquê eles faziam o que faziam. Quando participei do primeiro treino de scrimmage, assim que o ataque fazia alguma movimentação, a defesa se ajustava e se comunicava rapidamente sobre quem marcava quem. Quando o Braza chamava as jogadas, eu pensava como ele tinha concluído que aquela era a melhor jogada para aquele caso. Até hoje eu vejo o Delmer (#98 Zoschke) e o Braza baterem o olho na formação do ataque e chamarem a jogada e não entender como eles decidiram isso.

A busca por informações é sempre importante para aqueles que querem evoluir. “Conversei muito com o nosso coach, o Darwin, porque ele tem muita coisa para compartilhar.”

Fernando destaca a importância da preparação física para nosso esporte. “Comecei a correr nas ruas, fazia de 6 a 8 quilômetros, duas vezes por semana, mais os treinos do Croco. Com o tempo, comecei a ganhar mais fôlego e resistir mais aos treinos, e isso foi me permitindo prestar menos atenção no que meu corpo conseguia fazer para prestar mais atenção nas técnicas, nas movimentações. E hoje felizmente eu acredito ser capaz de ajudar o Crocodiles.

#51 Alves teve sua primeira grande atuação contra o Hurricanes

 Perguntado sobre qual a importância do grupo e qual a sensação de fazer parte do Crocodiles, Fernando foi enfático citando Ray Lewis: “Tudo o que importa é o eu, me sacrificando por você, para atingir o objetivo principal que é o nós”. Se eu dissesse que o grupo é muito importante para que um time seja vitorioso eu estaria mentindo, porque é simplesmente maior do que isso. Na verdade, o grupo é só o que importa. Não existe eu, não existe você. O que existe é olhar ao seu lado e saber que aquele cara na linha vai estourar tudo o que está na frente dele só para que você possa passar e fazer um sack. É saber que atrás de você, alguém vai receber uma bola e ele vai correr contra uma massa de gente, esperando que você abra o caminho para ele. É segurar alguém com o dobro do seu tamanho e peso, o tempo que for necessário, só para que o quarterback ou o punter possam fazer a jogada com perfeição. É correr 90 jardas para fazer um tackle no kickoff, pensando que assim a defesa vai ter tempo e tranquilidade para impedir o ataque adversário. Fazer parte do Crocodiles é fazer parte de uma família. É torcer, sem orgulhos e vaidades, pelos méritos dos seus companheiros. O grupo é só o que importa.”

Sobre a sensação de ser titular no Paraná Bowl IV o novato admite “É uma responsabilidade muito grande, e uma oportunidade muito grande também. Eu fiquei muito feliz quando soube da notícia. Você sempre treina pensando em dar o melhor para o time. Quando se é titular, você precisa provar que a confiança que depositaram em você não foi em vão. Quando eu estava na sideline, tudo o que eu pensava era que, se eu entrasse em campo, eu tinha que manter a qualidade do time naquela função. Logo, para mim, ser reserva do Luvas e do Alfredo também é uma grande responsabilidade. Eu estou muito orgulhoso de representar o Crocodiles como titular na final do campeonato e espero fazer a minha melhor partida até agora, para que o Croco seja tetracampeão paranaense.”

#51 Alves foi o destaque da Croco D no jogo contra o UFPR Legends

Acompanhe esses grandes jogadores durante a disputa do 1º Campeonato Brasileiro de Futebol Americano! A estréia do Coritiba Crocodiles será contra o São José Istepôs, dia 7 de julho, em Curitiba.

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